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FILEMON FELIX DE MORAES
( BRASIL – MATO GROSSO )
Filemon Félix de Moraes nasceu em Poconé (MT), em 1959, mas já reside em Brasília há 28 anos.
Tem larga experiência na preparação de candidatos a concursos públicos e vestibulares, ministra treinamentos em empresas privadas e órgãos públicos e é professor palestrante em eventos culturais e cursos universitários.
Já atuou como comentarista esportivo e colunista de jornais e revistas. Além de mais de 20 livros didáticos de gramática, interpretação de textos e redação, publicou:
O Sorriso dos Olhos de Thalita (poemas, 2003); Azul Profundo (contos e crônicas, 2007); Meias Verdades (contos, 2009); Cartas Fraternas (crônicas, 2010); Outros Lampejos (poesia, 2013); Minhas Histórias Alheias (parábolas, 2015); e Certas Coisas Certas (poemas, 2017).
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MORAES, Filemon Félix. certas coisas certas. Apresentação por David P. Rocha. Brasília: Editora Lima e Félix, 2017. 96 p. ISBN 978-856 845- 9 No. 10 028
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, Brasília, DF.
borboleta
Em certo imaginário
pousa uma borboleta
de cor verde-vermelho-amarela
fluorescente aquarela
Não está circunscrita
a nenhum borboletário
a nenhum mostruário
tampouco a quadro lepidóptero
de museu
ou relicário
Não voa
não foi capturada
em nenhum puçá de forma cônica
ou numa rede entomológica
não morre espatifada
contra o para-brisa do carro
Apenas pousa suave
sobre certas coisas certas
na minha mente
inquieta
de renitente poeta
acaso
quando tudo era vertigem
quando o céu era paisagem
quando vi a tua imagem
refletida à minha frente
É que pude compreender
finalmente
que o acaso e o espaço
entre o beijo e o abraço
entre a sombra que eu sonho
e mais um poema que faço
quaresma
No abismo do meu peito
o vento vertical
decreta
término da ilusão
No escuro do meu leito
a lucidez mental
aumenta
quaresma da solidão
tempo do cio
Toca meu corpo
Te quero
Tudo é preciso
Vivo
como se me faltasse o tempo,
o cio, o uivo, o vento.
Beija-me a boca
Te imploro
Tudo é perigo
Sigo
como se me bastasse o tempo,
o cio, o uivo, o vento.
O que me falta já não me basta
O que me basta já não me falta
Nada é preciso, não há perigo
Tudo é questão
de forjar no momento
o tempo do cio,
o uivo do vento.
*
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Página publicada em outubro de 2024
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